quarta-feira, 17 de março de 2010
A CABEÇA CHEIA DE PROBLEMAS
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06:39
2 Comentários
'e eu vou lá, barganhar 'a idade da razão', tomar meu café na padaria, finjir que sei andar com o peito estufado...(/drama)'
eu consigo me ver, de fora - como se fosse outro.
eu sento, e tropeço no pé da cadeira. tento me ajustar, durante alguns segundos - desisto, nenhuma posição me agrada.
abro o livro, que sei, será difícil ler; então crio um quadro.
coloco três colheres de açucar (como eu odeio escrever açucar) nos dois dedos de café, e eu sou muito compenetrada, medindo exatamente as três colheres.
a última se dispersa, antes de chegar ao destino final - e é claro, eu mordo os lábios e respiro fundo, mentalizo um puta que pariu, que não ouso dizer, afinal prometi a mim mesma que depois de toda a buçanha do mal-entendido, iria me encontrar - e estranhamente tive de abrir mão de alguma coisa, por que é sempre assim...e abri mão dos palavrões escabranhosos (as energias negativas que as palavras têm) - e era difícil.
respiro fundo e penso: que meus chackras estejam em equilíbrio eterno.
nem eu acredito em mim.
meia colher de café, só por que a metade da outra se esparramou em cima da mesa melada.
e eu mecho pensando na porra (droga, que insípido) - da morte do zebú, por que niguém foi colher o pobre coitado...
se eu estivesse sentada á minha frente me olharia com compaixão.
ao lado me surpreenderia com o tamanho do nariz, quase adunco, quase porco, quase alguma coisa.
de trás; ficaria com vontade de me conhecer...
[...]
essa lei me agrada, não sinto o cheiro do fumacê alheio, o nariz não coça, os olhos não ardem
mas tô com uma vontade estúpida de tragar...
e vontades por vontades não satisfeitas se refletem no pé balançando, sacudindo um pouco a mesa.
'isso não vai parar'.
[o silêncio foi quebrado]
eu, e o café melado, e a criança chorando pelo danoninho que a mãe não quis dar.
- não vou te dar, você ainda não almoçou, depois do almoço mamãe compra, pra você.
- eu querooooooooooooooooooooo!
- ele ainda não almoçou - diz a mãe olhando pra mim, envergonhada pelo escândalo do filho.
nunca me impostaram regras; nunca comi na mesa, não tomava banho antes de ir a escola, não escovava os dentes de manhã, e não fazia lição de casa.
cá estou, cheia de dogmas - sem nenhum fundamento.
crianças regradas são adultos concisos.
eu venho do caos, e tento me organizar...
se bem que, eu era louca por danoninho - até passar a perceber que iogurtes e afins são nojentos, criam mucosas e aguçam a imaginação para um 'corpo estranho' descendo até o estômago - ele vai encher o saco na pobre coitada da mãe por algum tempo, é DANONINHO.
o café tá no ponto, nem muito quente nem frio - tépido.
'quero ter um filho barão' - meninas dão trabalho, e são tão inhas inhas inhas, feito eu. não aguento mais uma de mim.
[...]
tenho de ligar prá marcia, e pedir desculpas por não tê-la consolado ontem, como deveria.
mas é que eu não senti vontade.
queria ver suas lágrimas rolando, ali, no meio do furacão - coisa que eu não ousaria, não me daria liberdade.
eram minhas aquelas lágrimas, e eu deixei rolar...
mas ela não vai entender, me taxará como frívola e insípida.
e até já tenho um argumento:
'não te consolei, por que queria que você esvaziasse, que você achasse seu próprio argumento prá parar.
e não demorou muito você parou, e sorriu, por que eu ria da sua cara vermelha e inchada.
enquanto eu existir em você, cada choro terá um riso de criança, ao final.
por que eu terei de comentar o quanto o seu nariz fica enorme!'
e então a bruma em que eu estava envolta ontem, se dissipará...
'ela me dá trabalho' - começo a rir, sem abrir os lábios e lembro das tardes úmidas na casa do vô;
'a cabeça cheia de problemas, olha mas eu gosto mesmo assim'
[...]
não prestei atenção em uma única frase do livro, prá não dizer uma saltou a meus olhos: VELHO.
'...o tempo tem me comido'
e não gozo ao final...
cravo a unha na palma da mão, e me boicoto a pensar: 'FODA-SE ELE'.
transtorno obessivo compulsivo, eu preciso dizer:
'FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE'
começo a suar, quero me vencer...
subverto, só prá não cair nas garras 'de quem bate'
lamento, repito baixinho pra mim:
'EU ME FODI'
eu consigo me ver, de fora - como se fosse outro.
eu sento, e tropeço no pé da cadeira. tento me ajustar, durante alguns segundos - desisto, nenhuma posição me agrada.
abro o livro, que sei, será difícil ler; então crio um quadro.
coloco três colheres de açucar (como eu odeio escrever açucar) nos dois dedos de café, e eu sou muito compenetrada, medindo exatamente as três colheres.
a última se dispersa, antes de chegar ao destino final - e é claro, eu mordo os lábios e respiro fundo, mentalizo um puta que pariu, que não ouso dizer, afinal prometi a mim mesma que depois de toda a buçanha do mal-entendido, iria me encontrar - e estranhamente tive de abrir mão de alguma coisa, por que é sempre assim...e abri mão dos palavrões escabranhosos (as energias negativas que as palavras têm) - e era difícil.
respiro fundo e penso: que meus chackras estejam em equilíbrio eterno.
nem eu acredito em mim.
meia colher de café, só por que a metade da outra se esparramou em cima da mesa melada.
e eu mecho pensando na porra (droga, que insípido) - da morte do zebú, por que niguém foi colher o pobre coitado...
se eu estivesse sentada á minha frente me olharia com compaixão.
ao lado me surpreenderia com o tamanho do nariz, quase adunco, quase porco, quase alguma coisa.
de trás; ficaria com vontade de me conhecer...
[...]
essa lei me agrada, não sinto o cheiro do fumacê alheio, o nariz não coça, os olhos não ardem
mas tô com uma vontade estúpida de tragar...
e vontades por vontades não satisfeitas se refletem no pé balançando, sacudindo um pouco a mesa.
'isso não vai parar'.
[o silêncio foi quebrado]
eu, e o café melado, e a criança chorando pelo danoninho que a mãe não quis dar.
- não vou te dar, você ainda não almoçou, depois do almoço mamãe compra, pra você.
- eu querooooooooooooooooooooo!
- ele ainda não almoçou - diz a mãe olhando pra mim, envergonhada pelo escândalo do filho.
nunca me impostaram regras; nunca comi na mesa, não tomava banho antes de ir a escola, não escovava os dentes de manhã, e não fazia lição de casa.
cá estou, cheia de dogmas - sem nenhum fundamento.
crianças regradas são adultos concisos.
eu venho do caos, e tento me organizar...
se bem que, eu era louca por danoninho - até passar a perceber que iogurtes e afins são nojentos, criam mucosas e aguçam a imaginação para um 'corpo estranho' descendo até o estômago - ele vai encher o saco na pobre coitada da mãe por algum tempo, é DANONINHO.
o café tá no ponto, nem muito quente nem frio - tépido.
'quero ter um filho barão' - meninas dão trabalho, e são tão inhas inhas inhas, feito eu. não aguento mais uma de mim.
[...]
tenho de ligar prá marcia, e pedir desculpas por não tê-la consolado ontem, como deveria.
mas é que eu não senti vontade.
queria ver suas lágrimas rolando, ali, no meio do furacão - coisa que eu não ousaria, não me daria liberdade.
eram minhas aquelas lágrimas, e eu deixei rolar...
mas ela não vai entender, me taxará como frívola e insípida.
e até já tenho um argumento:
'não te consolei, por que queria que você esvaziasse, que você achasse seu próprio argumento prá parar.
e não demorou muito você parou, e sorriu, por que eu ria da sua cara vermelha e inchada.
enquanto eu existir em você, cada choro terá um riso de criança, ao final.
por que eu terei de comentar o quanto o seu nariz fica enorme!'
e então a bruma em que eu estava envolta ontem, se dissipará...
'ela me dá trabalho' - começo a rir, sem abrir os lábios e lembro das tardes úmidas na casa do vô;
'a cabeça cheia de problemas, olha mas eu gosto mesmo assim'
[...]
não prestei atenção em uma única frase do livro, prá não dizer uma saltou a meus olhos: VELHO.
'...o tempo tem me comido'
e não gozo ao final...
cravo a unha na palma da mão, e me boicoto a pensar: 'FODA-SE ELE'.
transtorno obessivo compulsivo, eu preciso dizer:
'FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE''FODA-SE ELE'
começo a suar, quero me vencer...
subverto, só prá não cair nas garras 'de quem bate'
lamento, repito baixinho pra mim:
'EU ME FODI'
2 Comentários :
Crianças choronas me dão nos nervos. Quando são nossas, um beliscão resolve. Os dos outros, é preciso aturar.
Sou péssima, não sei consolar. Até porque quando tento, a pessoa acha motivos e mais motivos pra me dizer que estou errada, que certa está ela, então eu não tento. Daria uma péssima psicóloga.
Eu já disse que tem um carinha do 4º periodo que me lembra você? Não gosto de topar com ele pelos corredores, bate o saudosismo...
uéééé...não me contou não. por que? corcunda e prolixo? rsrs
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