domingo, 14 de março de 2010
GURIA
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21:49
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'hoje eu vou tragar aquelas soltas'
e uma outra, lá atrás gritava: 'notas'
e eu olhava a trepidação que a garota-quieta fazia, ao se locomover; e eu achei aquilo lindo.
por que ela ia-e-vinha como quem não sai do lugar. ela pendia pros lados, e só seguia em frente.
e de repente ela olha pra mim, e diz: 'me dê a mão' e eu dei, e eu seguia seus pés, e a fome por cair era tão grande; ela corria, ela corria.
apertava minha mão e apertava, me segurou - quando tropecei no meio fio quebrado de uma calçada qualquer - ,e ainda me perguntou: 'você está bem' - eu disse que sim, por que seus lábios reluziam, e eu não disse a verdade; eu queria parar, meu estômago não aguentava mais, eu sentia o gosto do frango xadrez, insípido, de ontem.
e ela insistiu na pergunta: 'você está bem'; eu, como sempre, só via seus lábios brilharem, e por milésimos de segundos, aquilo me acalmava, e me induzia a dizer: 'sim'.
seguimos por alguns minutos, até eu cair, com a cara enfiada em alguma poça d'agua. pensei na hora: 'as meninas pararam de falar'; procurei a mão da guria e não achava, e procurava, e procurava...
silêncio, eu estava trêmulo; insistia em levantar, até que levantei.
a guria procurava se escorar na parede, mas seus pés balançavam, e seus olhos procuravam outro.
e eu ouvia as outras meninas gritando: 'venha conosco, vamos tragar as notas soltas'
e a guria já se escorava em outros caras, e eu precisava ir; e eu precisava me escorar...
as meninas se calaram, quando eu pedi silêncio, e me carregaram quando eu estava com dor, eu achei conveniênte, e entendi a impaciência da guria.
ela foi, e eu fiquei.
e uma outra, lá atrás gritava: 'notas'
e eu olhava a trepidação que a garota-quieta fazia, ao se locomover; e eu achei aquilo lindo.
por que ela ia-e-vinha como quem não sai do lugar. ela pendia pros lados, e só seguia em frente.
e de repente ela olha pra mim, e diz: 'me dê a mão' e eu dei, e eu seguia seus pés, e a fome por cair era tão grande; ela corria, ela corria.
apertava minha mão e apertava, me segurou - quando tropecei no meio fio quebrado de uma calçada qualquer - ,e ainda me perguntou: 'você está bem' - eu disse que sim, por que seus lábios reluziam, e eu não disse a verdade; eu queria parar, meu estômago não aguentava mais, eu sentia o gosto do frango xadrez, insípido, de ontem.
e ela insistiu na pergunta: 'você está bem'; eu, como sempre, só via seus lábios brilharem, e por milésimos de segundos, aquilo me acalmava, e me induzia a dizer: 'sim'.
seguimos por alguns minutos, até eu cair, com a cara enfiada em alguma poça d'agua. pensei na hora: 'as meninas pararam de falar'; procurei a mão da guria e não achava, e procurava, e procurava...
silêncio, eu estava trêmulo; insistia em levantar, até que levantei.
a guria procurava se escorar na parede, mas seus pés balançavam, e seus olhos procuravam outro.
e eu ouvia as outras meninas gritando: 'venha conosco, vamos tragar as notas soltas'
e a guria já se escorava em outros caras, e eu precisava ir; e eu precisava me escorar...
as meninas se calaram, quando eu pedi silêncio, e me carregaram quando eu estava com dor, eu achei conveniênte, e entendi a impaciência da guria.
ela foi, e eu fiquei.
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