sábado, 31 de outubro de 2009
#3
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11:33
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'hey, eu não gosto do inferno
leve-me a outro lugar.'
seu cabelo tem um leve balanço, e um brilho estridente.
eu sorri através de suas falhas, só pra incentivar...
ah! a maneira como cola seus lábios.
tão longe,
eu passo através de fumaças.
vou me desfazendo,
são apenas passos...
e eu os conto,
mas não se preocupe
...o tempo não morde.
leve-me a outro lugar.'
seu cabelo tem um leve balanço, e um brilho estridente.
eu sorri através de suas falhas, só pra incentivar...
ah! a maneira como cola seus lábios.
tão longe,
eu passo através de fumaças.
vou me desfazendo,
são apenas passos...
e eu os conto,
mas não se preocupe
...o tempo não morde.
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09:37
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07:24
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meu copo, sujo de batom...
...escorre café por entre as bordas.
eu ainda penso que se o ontem fosse hoje as coisas seriam diferentes.
saudades são masoquistas, crostas de feridas querendo espelir.
inflamação, dor.
bebo, e mais uma lágrima de terceiros escorre até a mesinha branca,
manchando.
eu a deixo penetrar.
experiências, vivacidade, malquisto, perplexidade.
blasé.
ouço passarinho a cantar.
12:38 - deve passear por entre os arvoredos, junto á sua nova formula de viver.
eu penso que ser negaciada não é nada.
negaciar...
é o modo de subverter antes que chegue até você
o múrmúrio de anos.
então a culpa é de quem fica.
estive pensando e acho melhor não tentar mais escrever de como tenho me sentido após as mãos frouxas
...só por que está deixando a desejar.
vou comprar chicletes, e então me condenar á eles
feito uma chaminé entupida, ou um alcoolatra com cafés periodicamente corretos.
talvez eu ainda tenha uma teoria, ou um desenho
a desenhar.
...pensei que você pudesse tirar a 'mochila'
e
esquecer...
...escorre café por entre as bordas.
eu ainda penso que se o ontem fosse hoje as coisas seriam diferentes.
saudades são masoquistas, crostas de feridas querendo espelir.
inflamação, dor.
bebo, e mais uma lágrima de terceiros escorre até a mesinha branca,
manchando.
eu a deixo penetrar.
experiências, vivacidade, malquisto, perplexidade.
blasé.
ouço passarinho a cantar.
12:38 - deve passear por entre os arvoredos, junto á sua nova formula de viver.
eu penso que ser negaciada não é nada.
negaciar...
é o modo de subverter antes que chegue até você
o múrmúrio de anos.
então a culpa é de quem fica.
estive pensando e acho melhor não tentar mais escrever de como tenho me sentido após as mãos frouxas
...só por que está deixando a desejar.
vou comprar chicletes, e então me condenar á eles
feito uma chaminé entupida, ou um alcoolatra com cafés periodicamente corretos.
talvez eu ainda tenha uma teoria, ou um desenho
a desenhar.
...pensei que você pudesse tirar a 'mochila'
e
esquecer...
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
SÃO PAULO#1
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10:45
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eu o passo adiante como quem chora e enchuga suas lágrimas.
decadênte, hipócrita e pacientemente passional.
achando que o quadro fora pintado com absurdos extremos, amores desiludidos, desentendimentos tétricos, e que dele emerge uma sinestesia pagã - um azul reluzente.
um francês com seu cigarro queimando á toda prova e toda a casualidade que possa vir...
me engano facilmente com extremos poéticos.
me desvirtuo do caminho como alguém que tenta se achar.
...me despredicei no que vi.
um motivo para esquivar-me,
uma arte para minha nova galeria de medos e boicotes
delírio jovem de novembro.
decadênte, hipócrita e pacientemente passional.
achando que o quadro fora pintado com absurdos extremos, amores desiludidos, desentendimentos tétricos, e que dele emerge uma sinestesia pagã - um azul reluzente.
um francês com seu cigarro queimando á toda prova e toda a casualidade que possa vir...
me engano facilmente com extremos poéticos.
me desvirtuo do caminho como alguém que tenta se achar.
...me despredicei no que vi.
um motivo para esquivar-me,
uma arte para minha nova galeria de medos e boicotes
delírio jovem de novembro.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
#1
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06:23
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todo o desconforto de ser,
se misturam a todo o conforto de estar.
preciso repousar meus olhos.
encruzilhadas macabras e sãs me dão a certeza de estar andando em linhas quase que contrárias.
meu nariz, hoje, aponta a direção oposta.
convexo da desilução,
se você me deixar eu vou sangrar horas
e vou falar mais três...
se misturam a todo o conforto de estar.
preciso repousar meus olhos.
encruzilhadas macabras e sãs me dão a certeza de estar andando em linhas quase que contrárias.
meu nariz, hoje, aponta a direção oposta.
convexo da desilução,
se você me deixar eu vou sangrar horas
e vou falar mais três...
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
ALFORRA
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17:35
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pele morena, mais do que o habitual
sinto-me cortada pelo sol quente de toda manhã.
rugas que aparecem, expressões que somem...
felicidade,
qual é seu apelido?
calo e não desapego, aceito abraços como passe a uma nova
e momentânea claridade.
finjo e não recomeço,
como uma esteira, ou uma rotatória qualquer...
dois dedos de água,
o vento ligado e a luz quente,
amarela gema,
pendurada no meio do quarto.
mosquitos, cigarras, formigas e gatos flagelados
uns morrem outros desejam...
uns comem, outros desejam...
uns vivem
outros
sinto-me cortada pelo sol quente de toda manhã.
rugas que aparecem, expressões que somem...
felicidade,
qual é seu apelido?
calo e não desapego, aceito abraços como passe a uma nova
e momentânea claridade.
finjo e não recomeço,
como uma esteira, ou uma rotatória qualquer...
dois dedos de água,
o vento ligado e a luz quente,
amarela gema,
pendurada no meio do quarto.
mosquitos, cigarras, formigas e gatos flagelados
uns morrem outros desejam...
uns comem, outros desejam...
uns vivem
outros
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17:06
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sem inspiração, sem toques, sem alardes, sem outubro.
de fato a primavera não aflorou,
não sinto a brisa saturnal,
que por anos e anos
sentia passar por mim.
talvez seja eu
talvez seja o tempo
ou o fato de esperar por tanto,
e o tanto não ser nada.
estou desafiando o ermo, que por algum erro aleatório
escrevi amor.
de fato a primavera não aflorou,
não sinto a brisa saturnal,
que por anos e anos
sentia passar por mim.
talvez seja eu
talvez seja o tempo
ou o fato de esperar por tanto,
e o tanto não ser nada.
estou desafiando o ermo, que por algum erro aleatório
escrevi amor.
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16:46
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um café,
um chocolate quente,
só pra me esquentar;
do meu frio momentâneo-quase-eterno.
eu não me aguento.
vou pedir separação.
vou me consolar no próximo,
vou me furtar de mim.
balançar mais alto,
me tirar do partido
pedir um beijo
(aquele quase reprimido)
me atirar,
se for preciso...
quero braços,
abraços,
sufocantes, apertados,
dilacerantes, desaforados
aflorando...
incitando o eu.
um chocolate quente,
só pra me esquentar;
do meu frio momentâneo-quase-eterno.
eu não me aguento.
vou pedir separação.
vou me consolar no próximo,
vou me furtar de mim.
balançar mais alto,
me tirar do partido
pedir um beijo
(aquele quase reprimido)
me atirar,
se for preciso...
quero braços,
abraços,
sufocantes, apertados,
dilacerantes, desaforados
aflorando...
incitando o eu.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
BABY I'M GONNA LEAVE YOU
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19:20
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ah, eu não me contento em ouvir 'baby, eu vou te deixar'
[...]
são todos os amantes que não amaram, são todos os mortos amantes e os amantes mortos;
que beba o que tiver: coca-cola quente, meio sem gás, e ainda zero.
tudo bem, 'eu sou um amante que nunca amou', posso muito bem ficar com minha coca genéticamente modificada.
o que eu faço ás sextas?
- isso é um convite?
por que sinceramente, eu estou livre!
[...]
são todos os amantes que não amaram, são todos os mortos amantes e os amantes mortos;
que beba o que tiver: coca-cola quente, meio sem gás, e ainda zero.
tudo bem, 'eu sou um amante que nunca amou', posso muito bem ficar com minha coca genéticamente modificada.
o que eu faço ás sextas?
- isso é um convite?
por que sinceramente, eu estou livre!
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
MI CASA, SU CASA
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07:08
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é que depende.
a música não está alta,
e eu não sou como essas garotas de saia e de rímel.
eu me borro. eu não sei sentar.
e além do mais, meu psicológico anda meio abalado.
baby, você não quer sentar e tomar uma xícara de café?
é só o que posso oferecer.
é da cafeteira,
não tenho dotes culinários.
posso aumentar o som?
você pode tirar o casaco?
está calor,
vou fechar as janelas.
'estou com calor...'
agora pode tirar a blusa também, fique á vontade.
a cama é chamativa, não?
colchas voluptuosas, formas geométricas...
são tantas formas, que se encaixam á tantas outras formas...
a música não está alta,
e eu não sou como essas garotas de saia e de rímel.
eu me borro. eu não sei sentar.
e além do mais, meu psicológico anda meio abalado.
baby, você não quer sentar e tomar uma xícara de café?
é só o que posso oferecer.
é da cafeteira,
não tenho dotes culinários.
posso aumentar o som?
você pode tirar o casaco?
está calor,
vou fechar as janelas.
'estou com calor...'
agora pode tirar a blusa também, fique á vontade.
a cama é chamativa, não?
colchas voluptuosas, formas geométricas...
são tantas formas, que se encaixam á tantas outras formas...
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
PRIMAVERA (trecho)
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13:44
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[...]todas as peças de roupa não correspodem a seus instintos e pensamentos.
você me pergunta por que tudo é tão colorido, e eu tenho a audácia de te responder que eu sou feliz, e que gozo da minha paleta divina.
seu sorriso é tão largo,
não compreendi sua última frase.
acho que estou me desconcentrando da platô, preciso fixar em qualquer outro ponto que não esteja entre o maxilar e o nariz[...]
você me pergunta por que tudo é tão colorido, e eu tenho a audácia de te responder que eu sou feliz, e que gozo da minha paleta divina.
seu sorriso é tão largo,
não compreendi sua última frase.
acho que estou me desconcentrando da platô, preciso fixar em qualquer outro ponto que não esteja entre o maxilar e o nariz[...]
domingo, 18 de outubro de 2009
ÓTIMO DIA
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21:58
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08:49
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deixem todos 'meio afrouxados', pois nunca se sabe o dia de amanhã...
nos esqueceram, por que não nos fazemos mensão.
deixe-nos no canto, para ser útil a cada troca de turno, ou a cada picolé de férias.
liberte-nos para qualquer acaso experimental.
nos paguem sucos adorados por familiares, e não nos perguntem se o gosto é dos mais amargos.
não tirem suas santas mãos de nós.
morderemos para sermos vistos, se precisarmos.
roeremos suas unhas e qualificaremos como um mero acaso.
não é nada pessoal.
[...] é que minhas roupas não entram mais, não tenho 10 anos.
nos esqueceram, por que não nos fazemos mensão.
deixe-nos no canto, para ser útil a cada troca de turno, ou a cada picolé de férias.
liberte-nos para qualquer acaso experimental.
nos paguem sucos adorados por familiares, e não nos perguntem se o gosto é dos mais amargos.
não tirem suas santas mãos de nós.
morderemos para sermos vistos, se precisarmos.
roeremos suas unhas e qualificaremos como um mero acaso.
não é nada pessoal.
[...] é que minhas roupas não entram mais, não tenho 10 anos.
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08:25
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o frio que agora congela superficialmente minha pele
me faz submergir
e o nude que aqui se fazia presente,
é trocado por um cinza mais charmoso e sensível.
depois de ver pelas frestas da hipocrisia
posso me sentar junto a sua sombra eterna
e
me lambuzar de meus vícios pagãos.
caindo em direção á luz que se fazia presente o tempo todo
são cores da palheta diamante.
eu vejo, eu sinto, eu vou em direção
plasmáticamente vampirizada
e ainda não é nada...
o ermo se faz presente.
me faz submergir
e o nude que aqui se fazia presente,
é trocado por um cinza mais charmoso e sensível.
depois de ver pelas frestas da hipocrisia
posso me sentar junto a sua sombra eterna
e
me lambuzar de meus vícios pagãos.
caindo em direção á luz que se fazia presente o tempo todo
são cores da palheta diamante.
eu vejo, eu sinto, eu vou em direção
plasmáticamente vampirizada
e ainda não é nada...
o ermo se faz presente.
sábado, 17 de outubro de 2009
CAOS
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18:31
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suas mãos são lavadas, em meio as desespero tétrico e banal.
estou nervosa.
depositando ás baratas em cima da pia, sua fonte de energia do dia.
deixando o pano de prato submergir na urina, quase seca.
estou cansada.
alimentando das migalhas de outrem.
estou nervosa.
depositando ás baratas em cima da pia, sua fonte de energia do dia.
deixando o pano de prato submergir na urina, quase seca.
estou cansada.
alimentando das migalhas de outrem.
