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Eu sou um clichê; Pedinte, andarilho e cego. Vou cuspindo palavras sem nexo Até você entender... que eu não faço parte disso.
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quinta-feira, 14 de outubro de 2010
DELTA DE VÊNUS - Anaïs Nin
postado por . @ 18:47 1 Comentários
“Caro Colecionador, nós odiamos você. O sexo perde todo o seu poder e sua magia quando se torna explícito, mecânico, exagerado, quando se torna uma obsessão mecanizada. Fica enfadonho. Você nos ensinou mais do que qualquer outra pessoa que eu conheça como é errado não misturar sexo com emoção, fome, desejo, luxúria, caprichos, laços pessoais, relações mais profundas que modificam sua cor, seu gosto, seu ritmo e sua intensidade.
Você não sabe o que está perdendo com seu exame microscópico da atividade sexual a ponto de excluir aspectos que são o combustível que lhe ateiam fogo. Intelectual, imaginativo, romântico, emocional.

É isso que dá ao sexo sua tessitura surpreendente, suas transformações sutis, seus elementos afrodisíacos. Você está reduzindo seu mundo de sensações, matando-o de fome, drenando seu sangue.

Se você alimentar sua vida sexual com todas as excitações e aventuras que o amor injeta na sensualidade, será o homem mais potente do mundo. A fonte da potência sexual é a curiosidade, a paixão. Mas você está vendo sua pequena chama morrer asfixiada. O sexo não viceja na monotonia. Sem sentimento, invenções ou surpresas na cama. O sexo deve ser misturado com lágrimas, risos, palavras, promessas, cenas, ciúme, inveja, todos os condimentos do medo, da viagem ao estrangeiro, novos rostos, romances, histórias, sonhos, fantasias, música, dança, ópio, vinho.

Quanto você perde por usar esse periscópio em tão pequena parte de uma coisa tão grande, quando poderia desfrutar um harém de maravilhas diferentes e jamais repetidas? Não há um fio de cabelo igual ao outro, mas você nunca permitirá que desperdicemos palavras com a descrição de um cabelo; não há dois odores iguais, mas se nos expandirmos sobre isso você gritará para que cortemos a poesia. Não existem duas peles com a mesma textura, e nunca o mesmo tom, temperatura, sombras, jamais o mesmo gesto; pois o amante, quando incendiado pelo verdadeiro amor, é capaz de percorrer a escala da sabedoria de muitos séculos. Quanta coisa, quantas variações de idade, de maturidade e inocência, de perversidade e arte...

Sentamo-nos juntos por horas e imaginamos como será você. Caso tenha fechado seus sentidos para a luz, a cor, o caráter, o temperamento, deve estar agora completamente paralisado. Há muitos sentidos menores, todos tributários do sexo, afluentes que o alimentam. Apenas o ritmo simultâneo do sexo e do amor pode criar o êxtase."
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
ROSA
postado por . @ 18:37 0 Comentários
Marisa Monte
Composição: Pixinguinha, Otavio de Sousa

Tu és divina e graciosa
Estátua majestosa
No amor!
Por Deus esculturada
E formada com ardor...

Da alma da mais linda flor
De mais ativo olôr
Que na vida é preferida
Pelo beija-flor...

Se Deus
Me fora tão clemente
Aqui neste ambiente
De luz, formada numa tela
Deslumbrante e bela...

Teu coração
Junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado
Sobre a rosa e a cruz
Do arfante peito teu...

Tu és a forma ideal
Estátua magistral
Oh! alma perenal
Do meu primeiro amor
Sublime amor...

Tu és de Deus
A soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração
Sepultas um amor...

O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes
Cheios de sabor
Em vozes tão dolentes
Como um sonho em flor...

És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim
Que tem de belo
Em todo resplendor
Da santa natureza...

Perdão!
Se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh! flor!
Meu peito não resiste
Oh! meu Deus
O quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar
Em esperar
Em conduzir-te
Um dia ao pé do altar...

Jurar aos pés do Onipotente
Em preces comoventes
De dor, e receber a unção
Da tua gratidão...

Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te
Até meu padecer
De todo fenecer...