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Eu sou um clichê; Pedinte, andarilho e cego. Vou cuspindo palavras sem nexo Até você entender... que eu não faço parte disso.
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terça-feira, 14 de junho de 2011
DO PÓ AO PÓ
postado por . @ 17:50 0 Comentários
"É a morte da ausência pintada nos cômodos.
No rosto. No corpo.
E quando há um desatino: mudo tudo de lugar..."



Olhava pra fora e não via nada. Nada além de um corpo estirado sob uma cama: 1,05 X 1,80.
"Mas não faz sentido algum".
Enquanto buscava um significado e se culpava por talvez não achar, aquilo que lhe fosse ponderável, o homem nu era removido.
A medida em que os minutos passavam, João buscava minuciosamente um detalhe, qualquer detalhe solto.
O gesto da concubina. O choro da inocente. O riso velado da viúva...mesmo assim, os julgara desolados.
"Todo aquele acúmulo de nada. E é por não conhecer tanto? Mas...nutria certa simpatia. E é por estar chocado? Mas a morte lhe parecia tão companheira. E talvez, e se for...e se esperasse? Talvez não tenha sido surpresa..."
Divaga ao olhar a terra avermelhada, o que lhe remete a infância "daqueles tempos que não voltam mais".
A figura de seu avô adorna a terra. O tronco...o rosto...torna-se parte itinerante: DO PÓ AO PÓ.
...A viúva se descabela. A amante se pondera, se pontua..."pobrezinha, o amava..."
E eu? E eu?