terça-feira, 25 de maio de 2010
AMOR CRISTÃO
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19:04
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Amor é a mordida de um cachorro pitbull que levou a coxa da Laurinha e a bochecha do Felipe. Amor que não larga. Na raça. Amor que pesa uma tonelada. Amor que deixa. Como todo grande amor. A sua marca.
Amor é o tiro que deram no peito do filho da dona Madalena. E o peito do menino ficou parecendo uma flor. Até a polícia chegar e levar tudo embora. Demorou. Amor que mata. Amor que não tem pena.
Amor é você esconder a arma em um buquê de rosas. E oferecer ao primeiro que aparecer. De carro importado. De vidro fumê. Nada de beijo. Amor é dar um tiro no ente querido se ele tentar correr.
Amor é o bife acebolado que a minha mulher fez para aquele pentelho comer. Filhinho de papai. Lá no cativeiro. Por mim ele morria seco. Mas sabe como é. Coração de mãe não gosta de ver ninguém sofrer.
Amor é o que passa na televisão. Bomba no Iraque. Discussão de reconstrução. Pois é. Só o amor constrói. Edifícios. Condomínios fechados. E bancos. O amor invade. O amor é também o nosso plano de ocupação.
Amor que liberta. Meu irmão. Amor que sobe. Desce o morro. Amor que toma a praça. Amor que de repente nos assalta. Sem explicação. Amor salvador. Cristo mesmo quem nos ensinou. Se não houver sangue. Meu filho. Não é amor.
(MARCELINO FREIRE)
Amor é o tiro que deram no peito do filho da dona Madalena. E o peito do menino ficou parecendo uma flor. Até a polícia chegar e levar tudo embora. Demorou. Amor que mata. Amor que não tem pena.
Amor é você esconder a arma em um buquê de rosas. E oferecer ao primeiro que aparecer. De carro importado. De vidro fumê. Nada de beijo. Amor é dar um tiro no ente querido se ele tentar correr.
Amor é o bife acebolado que a minha mulher fez para aquele pentelho comer. Filhinho de papai. Lá no cativeiro. Por mim ele morria seco. Mas sabe como é. Coração de mãe não gosta de ver ninguém sofrer.
Amor é o que passa na televisão. Bomba no Iraque. Discussão de reconstrução. Pois é. Só o amor constrói. Edifícios. Condomínios fechados. E bancos. O amor invade. O amor é também o nosso plano de ocupação.
Amor que liberta. Meu irmão. Amor que sobe. Desce o morro. Amor que toma a praça. Amor que de repente nos assalta. Sem explicação. Amor salvador. Cristo mesmo quem nos ensinou. Se não houver sangue. Meu filho. Não é amor.
(MARCELINO FREIRE)
sexta-feira, 14 de maio de 2010
FÉLICITATIONS
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11:42
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Você é uma merda, companheiro.
A porra de um cigarro viciante, quando não se tem nada. Quando se quer quebrar algumas regrinhas, quando se é adolescente.
Uma erva de má qualidade, uma antena paraguaia, uma calculadora (curto prazo) chinesa – made in china.
O cinzeiro tá cheio de merda, de lixo.
Transborda pelo quarto a sinestesia do vento insalubre de quarta-feira (que não é quinta, nem terça, é nada, é quarta).
Despeja gotículas da pia. Vaza, inunda a porra do banheiro.
Você sentado, desceu a mim; E eu tão utópica lavei teus cabelos – ‘deixei tua cabeça fresca’ – que utópica!
A erva queima a ponta dos dedos, e eu seguro bem; Por que, por que... Nada mais tenho a fazer, e quarta é o ócio frenético comendo o estômago.
São os corpos que se vestem e gesticulam e falam e divagam algumas coisas que fazem todo o sentido, como 1+1=3 e o ‘querer é igual ao nada’.
Capinei o quintal das ervas daninhas, da covardia, da falsa malandragem, da insignificância – insipidez.
‘A água é potável, daqui você pode beber. ’
A porra de um cigarro viciante, quando não se tem nada. Quando se quer quebrar algumas regrinhas, quando se é adolescente.
Uma erva de má qualidade, uma antena paraguaia, uma calculadora (curto prazo) chinesa – made in china.
O cinzeiro tá cheio de merda, de lixo.
Transborda pelo quarto a sinestesia do vento insalubre de quarta-feira (que não é quinta, nem terça, é nada, é quarta).
Despeja gotículas da pia. Vaza, inunda a porra do banheiro.
Você sentado, desceu a mim; E eu tão utópica lavei teus cabelos – ‘deixei tua cabeça fresca’ – que utópica!
A erva queima a ponta dos dedos, e eu seguro bem; Por que, por que... Nada mais tenho a fazer, e quarta é o ócio frenético comendo o estômago.
São os corpos que se vestem e gesticulam e falam e divagam algumas coisas que fazem todo o sentido, como 1+1=3 e o ‘querer é igual ao nada’.
Capinei o quintal das ervas daninhas, da covardia, da falsa malandragem, da insignificância – insipidez.
‘A água é potável, daqui você pode beber. ’
quinta-feira, 13 de maio de 2010
BOA TARDE, BUK.
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14:03
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Cheguei numa fase da minha vida que vejo que a única coisa que fiz até agora foi fugir de mim mesmo, do meu nada, e agora não tenho mais para onde ir.
terça-feira, 11 de maio de 2010
SEM CHAVE
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09:47
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qual é a graça de ficar perdida? eu bem acho que todo mundo deveria se perder, ao menos duas vezes por ano - na mesma cidade, na própria eventualidade.
redescobrir os cafés, os rostos, as atentendes furiosas das padarias; a agilidade frívola do empacotador - menos favorecedio - do supermercado.
fumar um cigarro sentada no banco da praça principal, da cidadezinha insípida.
zombar das horas e dos enamorados nada contagiantes.
seguir aquele cara de nuca interessante, e observar que ele anda rápido demais, e que perdeu vários pontos ao jogar um saco de pipoca no meio-fio...
redescobrir os cafés, os rostos, as atentendes furiosas das padarias; a agilidade frívola do empacotador - menos favorecedio - do supermercado.
fumar um cigarro sentada no banco da praça principal, da cidadezinha insípida.
zombar das horas e dos enamorados nada contagiantes.
seguir aquele cara de nuca interessante, e observar que ele anda rápido demais, e que perdeu vários pontos ao jogar um saco de pipoca no meio-fio...
segunda-feira, 10 de maio de 2010
CARTA AO AMIGO
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12:22
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Agradeça a minha total falta de caráter, a minha total displicência para com o próximo.
Agradeça ao meu comodismo, a minha covardia.
Oremos á omissão.
Agradeça a falta de dinheiro, ao tempo – que venho matando, você bem sabe.
Agradeça a TV com defeito, aos livros ruins, aos filmes sem roteiro e ao cinema mudo.
Agradeça ao meu cabelo escuro – em nome do pai – oremos.
Agradeça ao meu comodismo, a minha covardia.
Oremos á omissão.
Agradeça a falta de dinheiro, ao tempo – que venho matando, você bem sabe.
Agradeça a TV com defeito, aos livros ruins, aos filmes sem roteiro e ao cinema mudo.
Agradeça ao meu cabelo escuro – em nome do pai – oremos.
domingo, 9 de maio de 2010
REJAZZ
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13:18
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Thought I'd cry for you forever
But I couldn't so I didn't
People's children die and they don't even cry forever
Thought I'd see your face in my mind for all time
But I don't even remember what your ears looked like
And the clock still strikes midnight and noon
And the sun still rises and so does the moon
Birds still migrate south and people move on
Even though I'm no longer in your arms
Thought the mountain would crumble
And the rivers would bend
But I thought all wrong and the world did not end
Guess the maps will just have to stay the same for a while
Didn't even need therapy to rehabilitate my smile
Rehabilitate my smile
Thought I'd cry for you forever
But I couldn't so I didn't...
sábado, 8 de maio de 2010
A TRÍADE DO PÓ II
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06:02
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LEIA: A TRÍADE DO PÓ I
quatro da manhã; aquele frio da madrugada corroia meus pés, congelavam alguns movimentos. por que de estarmos ali em plena quarta-feira não saía da cabeça. martelava, pinicava, era incômodo. o frio doía meus ossos, mas era completamente subvertido pelo: que diabos estamos aqui?
'você tá com frio?' - marcelo perguntou olhando-me pelo retrovisor.
'um pouco, meus pés estão congelados. chego a ter espasmos. sim, estou com frio. morrendo!'
'vou passar aí para trás'
'lucas está dormindo?'
'não, lucas está desmaiado.'
'tão previsível...'
marcelo pulou desejaitosamente para trás, arrastando a sola do sapatênis (horroroso)na testa de lucas.
'acho melhor pararmos em algum lugar; eu tô quase dormindo aqui também'
'é, acho melhor; será que tem lugar perto? olha, por mim pode ser qualquer lugar, eu realmente tô com muito frio, marcelo. estou aceitando lençóis de terceiros...'
me ofereceu um beijo na testa: frio, gélido - lábios congelados - testa úmida - incompreensível.
ele tinha mudado, era talhado com as ferramentas mais clichês existentes - homem formado, responsabilidades e bolsas nos olhos - e o tempo em que se calou antes de dizer: 'vamos' - pude perceber uma cicatriz no queixo, formando um A malfeito, seus poros aberto e: 'meu deus, como seus dentes pendem para a esquerda!'
um motel vagabundo foi nossa primeira parada. enquanto marcelo tentava - quase que em vão - acordar lucas, eu fumava um cigarro vagabundo e fétido oferecido gentilmente ( ela quase me negou fogo ) pela 'senhora' da recepção.
fumava de longe - marcelo odeia cheiro de fumaça de cigarro - e ouvia lucas murmurar: 'me deixa, tô cansado, porra!'
eu torcia freneticamente para que lucas ficasse no carro, era incontrolável:
'não acorde. não acorde. não acorde.
se eu segurar bem a fumaça lucas não acordará...
se a cinza cair entre o vermelho e o amarelo da faixa...'
'alice! alice!'
'já tô acabando aqui, já vou te ajudar com lucas; vamos carregá-lo?'
'não, não. vou deixar o cabrón no carro mesmo, porra, tô cansado também, dirigi até aqui e a merda não acorda? vai pra puta que o pariu!'
'nossa, tá frio pra caralho...será que ele não vai...'
'eu vou deixar avisado para alguém da recepção, que se ele acordar avisem que estamos no quarto 15'
'é, assim ele não se desespera.'
'ele não vai acordar tão cedo. vamos?'
'será que é por onde? ah, acho que os quartos ímpares são pra cá.'
o quarto fedia mofo, mas quem liga? era quase sinestésico - abrir uma caixa do passado: mofo. mofo. mofo.
tudo em casa cheirava a mofo; me senti tão em casa como a muito não me sentia.
erámos a família perfeita: eu, marcelo e nosso mofo.
marcelo apagou a luz mesmo antes de eu me deitar: 'deita do lado da parede, que eu te esquento.'
eu obedeci de bom grado; feito uma ovelha calculista que obedece ao seu pastor 'tá bom.'
me enrolei em seus braços - cobertas - um monte de carne despejada em cima de um monte de carne.
'boa noite, alice'
'buenas noches'
comecei a rir em silêncio - cabrón: que insípido!
tardes depois - quando estava em alfa - contando quantas ovelhas obedeceriam o pastor fadigado, ou se o pastor descansará de sua função patética e maçante e libertaria as pobres ovelhas maculadas, ouço um ranger na porta: lucas, se enfronhando rapidamente - feito um rato em seu ninho.
'lucas, é você?'
'ahã'
'quer que eu pegue mais um cobertor? tá com frio? lucas? lucas?'
'alice...'
'oi...marcelo?'
'é. seus pés estão um gelo.'
'estão, não consigo dormir, eles não esquentam...'
'você tá sem meia? - toma, pegue as minhas'
'não precisa...'
'pronto? me dê seu seu pé.'
'por que?'
conduziu meus pés até o meio de suas coxas -
'agora eles esquentam, alice.'
quatro da manhã; aquele frio da madrugada corroia meus pés, congelavam alguns movimentos. por que de estarmos ali em plena quarta-feira não saía da cabeça. martelava, pinicava, era incômodo. o frio doía meus ossos, mas era completamente subvertido pelo: que diabos estamos aqui?
'você tá com frio?' - marcelo perguntou olhando-me pelo retrovisor.
'um pouco, meus pés estão congelados. chego a ter espasmos. sim, estou com frio. morrendo!'
'vou passar aí para trás'
'lucas está dormindo?'
'não, lucas está desmaiado.'
'tão previsível...'
marcelo pulou desejaitosamente para trás, arrastando a sola do sapatênis (horroroso)na testa de lucas.
'acho melhor pararmos em algum lugar; eu tô quase dormindo aqui também'
'é, acho melhor; será que tem lugar perto? olha, por mim pode ser qualquer lugar, eu realmente tô com muito frio, marcelo. estou aceitando lençóis de terceiros...'
me ofereceu um beijo na testa: frio, gélido - lábios congelados - testa úmida - incompreensível.
ele tinha mudado, era talhado com as ferramentas mais clichês existentes - homem formado, responsabilidades e bolsas nos olhos - e o tempo em que se calou antes de dizer: 'vamos' - pude perceber uma cicatriz no queixo, formando um A malfeito, seus poros aberto e: 'meu deus, como seus dentes pendem para a esquerda!'
um motel vagabundo foi nossa primeira parada. enquanto marcelo tentava - quase que em vão - acordar lucas, eu fumava um cigarro vagabundo e fétido oferecido gentilmente ( ela quase me negou fogo ) pela 'senhora' da recepção.
fumava de longe - marcelo odeia cheiro de fumaça de cigarro - e ouvia lucas murmurar: 'me deixa, tô cansado, porra!'
eu torcia freneticamente para que lucas ficasse no carro, era incontrolável:
'não acorde. não acorde. não acorde.
se eu segurar bem a fumaça lucas não acordará...
se a cinza cair entre o vermelho e o amarelo da faixa...'
'alice! alice!'
'já tô acabando aqui, já vou te ajudar com lucas; vamos carregá-lo?'
'não, não. vou deixar o cabrón no carro mesmo, porra, tô cansado também, dirigi até aqui e a merda não acorda? vai pra puta que o pariu!'
'nossa, tá frio pra caralho...será que ele não vai...'
'eu vou deixar avisado para alguém da recepção, que se ele acordar avisem que estamos no quarto 15'
'é, assim ele não se desespera.'
'ele não vai acordar tão cedo. vamos?'
'será que é por onde? ah, acho que os quartos ímpares são pra cá.'
o quarto fedia mofo, mas quem liga? era quase sinestésico - abrir uma caixa do passado: mofo. mofo. mofo.
tudo em casa cheirava a mofo; me senti tão em casa como a muito não me sentia.
erámos a família perfeita: eu, marcelo e nosso mofo.
marcelo apagou a luz mesmo antes de eu me deitar: 'deita do lado da parede, que eu te esquento.'
eu obedeci de bom grado; feito uma ovelha calculista que obedece ao seu pastor 'tá bom.'
me enrolei em seus braços - cobertas - um monte de carne despejada em cima de um monte de carne.
'boa noite, alice'
'buenas noches'
comecei a rir em silêncio - cabrón: que insípido!
tardes depois - quando estava em alfa - contando quantas ovelhas obedeceriam o pastor fadigado, ou se o pastor descansará de sua função patética e maçante e libertaria as pobres ovelhas maculadas, ouço um ranger na porta: lucas, se enfronhando rapidamente - feito um rato em seu ninho.
'lucas, é você?'
'ahã'
'quer que eu pegue mais um cobertor? tá com frio? lucas? lucas?'
'alice...'
'oi...marcelo?'
'é. seus pés estão um gelo.'
'estão, não consigo dormir, eles não esquentam...'
'você tá sem meia? - toma, pegue as minhas'
'não precisa...'
'pronto? me dê seu seu pé.'
'por que?'
conduziu meus pés até o meio de suas coxas -
'agora eles esquentam, alice.'
terça-feira, 4 de maio de 2010
COM ACENOS
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18:58
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saudade que te quero verde; não caia - furtiva.
saudade que te quero longe, não pegue carona - não fuja dos padrões - não leia kerouac, assista tv.
saudade que te quero molhada - saudade edredon - 15 kilos - não corra.
saudade que te quero macérrima - ana - bulímica.
saudade que te quero branca - identificando no meio da noite: solidão - fuja!
saudade não te quero.
saudade vá de ré.
saudade no fundo da dose - matando mais uma.
saudade rum.
saudade santa.
saudade ruim.
saudade mata.
saudade que te quero longe, não pegue carona - não fuja dos padrões - não leia kerouac, assista tv.
saudade que te quero molhada - saudade edredon - 15 kilos - não corra.
saudade que te quero macérrima - ana - bulímica.
saudade que te quero branca - identificando no meio da noite: solidão - fuja!
saudade não te quero.
saudade vá de ré.
saudade no fundo da dose - matando mais uma.
saudade rum.
saudade santa.
saudade ruim.
saudade mata.