sábado, 27 de fevereiro de 2010
TULLLAMORE
postado por .
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08:27
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e aqui vai um trecho de um conto de um amigo sóbrio, que tem nome de wisky 'requintado'
fumei, bebi e trepei;
é impossível imaginar quantas vezes já fiz isso; e nem quero.
certeza ? só uma. A última foi há 1h10m.
funciona como trocar de roupa; você experimenta, curte e depois quando quer trocar, simplesmente TROCA.
- jack daniels, por favor - disse ao servente depois de acender o cigarro.
eu posso trepar com todas as mulheres do mundo; da mais linda à feia.
tempo não me falta.
- impossivel.
pense. se for terpar com todas as mulheres, teria de passar a vida viajando (de trem) sendo que, a cada mulher que visse, tinha que...
PENSE na probabilidade - Ainda assim estaria disposto.
mas e sua amiga-de-anti-ontem ?
está morta. encontram numa vala, lembra?
nossa, mas eu estava com ela, me lembro de estar com ela.
- será que eu...
não. nunca faria isso. tente lembrar amigo.
saimos daquele motel inóspito em direção ao carro.
a VALA. me lembro de passar por ela, mas... não lembro de entrar no carro.
- ei, me 'vê' um martini cara.
- amigo, está sentado em cima de mim.
ele não me escutava.
postado por .
@
03:35
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sofri quatros horas - acho que tentava expelir algo que não era complacente com a realidade médica obsoleta, tanto faz.
ela foi me buscar, no seu carro muito macio; mas o estopim dos pensamentos tão guardados e a ânsias incubadas já tinham esvaído na cama - com o ranger da cama e aqueles gemidos que saem da dor, do prazer da dor - indo.
( a dor só passava quando fazia movimentos repetitivos; do tipo: ficar como um feto me balançando. o ranger da cama era uniforme e estranhamente me reconfortava)
ela me dizia:
- você está ovulando?
'dirije e olhe pra frente mulher!' - não sei.
- quando você fica 'naqueles dias'?
- hum, dia 12, eu acho.
- ah, não há de ser nada, você deve estar ovulando!
- bom, é. - nem pensei que tivesse algo, ela está me reconfortando...será que...
- ah, se bem que pelo que sei...isso deve ser alguma 'coisa psicosomática'; sabe, quando estou muito nervosa, tenho dores de cabeça, por que você sabe, quando estou nervosa com trabalho a dor de cabeça agrava; não é como estar apaixonada, que me dá um cólica, do tipo menstrual, e que me dói a pelves, e que me dá vontade de ir ao banheiro, não é assim - ah, não tenho isso, aliás, não terei mais, e será condição, pois não quero mais saber do seu tio, é sério, agora é mais que sério - será que você não está guardando coisas? você tá com dor na pelves? você disse que é cólica, né?
- pois é... - disse eu, quase não acompanhando o raciocínio rápido e totalmente sagáz; um calmante, por favor! e clamava pr'a que ela, pelo menos, olhasse pra frente.
- olha, eu acho que, assim, claro, pode ser rins; mas há de ser psicosomática. sério, há de ser.
você tem guardado algo? você está apaixonada? você anda sofrendo por amor?
- que eu tenha consiência...não. sacanagem mirian, não ando não.
- sério? você é tão jovem, deveria desfrutar do...
- do quê? dos 'bunscopan's na veia?' tá maluca mirian? rs
- faz parte da vida, carol!
- acha que sofrer é amar de mais?
- faz parte, o amor cresce!
- sra massoquista, tem uma vaga ali - pode me deixar ali, eu vou.
- claro que não, vou te levar - trava a porta.
- o que eu vou dizer?
- deixe comigo.
acho um problema esse deixa comigo, mamãe sempre resolveu as coisas quase no grito, deve ser condição de 'mães'
- vou sentar aqui, mirian.
- ok, eu vou fumar lá fora, tá tudo certo. você é a terceira a ser chamada.
- beleza.
sento, sinto aquele cheiro de cigarro mentolado dela - por que ela não fuma um cigarro 'normal' - tenho a impressão de que ela é uma eterna adolescênte.
- minha filha, você não acha que esses bancos são muito escorregadios?
- oi? desculpa, o senhor falou comigo?
- é. esses bancos são tão escorregadios, né?
- é?
- eu tomo quatro remédios pra pressão, que senhor caio deu, sabe o caio? aquele médico famoso? ali da esquina filha.
quanto mais eu franzia a testa, mais ele tentava explicar - em vão - quem era esse tal caio.
- não sei não, senhor.
- sabe esse um e noventa e nove que tem aqui?
- sei sim
- pois tem uma rua paralela, é nessa rua paralela, o doutor caio!
- ah claro, o caio!
quando duas pessoas concordam o assunto morre.
geralmente eu adoro esse típo: chapéu de 'páia', uma calça de jeca, havaianas old-school (azul-branca), um cinto, camisa verde, sem alguns - os principais -dentes, sorriso largo, quase infantil, ingênuo. mas não estava muito bem pr'a levar um longo papo sobre os bancos que são escorregadios, não estava mesmo...
- o caio é tão bão pra gente.
- pois é, escutei dizer o mesmo!
- isso dói?
- oi? como assim?
- esse negócio na sua boca
- aparelho?
- é
- dói não
- parece que machuca
- ás vezes corta
- e não dói? como corta e não dói?
- vai ver sou masoquista. suporto essa dor; meus dentes ficarão perfeitos ao final, acho que vale a pena, não?
- vai ver é como o amor
- como?
- vai ver é como o amor
o nome do véio matuto é chamado - antes que eu pudesse contra-argumentar o que ele jogou pra mim: josé oliveira silva
- pois eu vou minha jovem, melhoras, fique com deus.
ele demorou até chegar á porta de entrada dos consultórios; andava curvado, pés arrastados.
'que clichê' pensei, enquando vi mirian se aproximar, com aquele hálito de cigarro-infantil-mentolado.
- você tá melhor?
- um pouco.
- aquele senhor ficou falando com você, eu fumei rápido pra vir; esses velhos não se importam, só querem falar, falar...essa carência.
como se ela não ligasse de duas em duas horas pr'a mamãe.
- pois é, essa tal carência...
Carolina, quem é Carolina?
mirian grita como um pseudo-mãe louca: 'posso entrar com ela'
- não.
ela se recolhe á insignificância.
- não há de ser nada, carol.
aquele risinho básico, do tipo: não É nada.
um médico que nem olhou pra mim, apalpou minha barriga e perguntou: dói?
'agora não mais' - fitei-o com um olhar quase meléfico.
- você bebe água? - disse ele, procurando fechar a frase com meu nome, mas não achava o papel onde estivesse escrito
- carolina, meu nome. não, eu esqueço, passo dias sem beber. não faço muita questão...
- pois terá de passar a fazer. é a fonte da vida! terá de tomar água.
- tá bom.
- vou pedir uns exames, pode ser rim. há casos de pedra nos rins na família?
- consideravelmente.
- pois então, faça o exame e volte, tudo bem?
- tudo ótimo.
- vou te passar uma medicação pra você se sentir melhor, mas...na vida há duas coisas que não podemos passar sem
e ele me olha com piedade e compaixão
- amor e água
- amor e água?
- é. lembre-se disso.
- pois é, eu acho que vou lembrar.
- aqui carolina. fique com deus, espero não te ver tão cedo.
- idem. idem, obrigada.
foi longa a divagação entre a sala de consultas até a sala de espera, onde mirian estava sentada, aflita e surpresa, por a consulta não ter demorado nem dez minutos.
- o que foi?
- nada.
- mas o que ele disse?
- que eu precisava de amor e água
- quê?
- que eu não bebia muita água, devo beber. pode ser rins, como pode não ser nada. me mandou fazer exames.
- eu disse que não era nada!
- pois é.
- vamos comer? tô com fome...
- vamos
- eu sabia carol, essas dorezinhas só se agravam quando estamos só em casa. é o medo de morrer só. não estou tirando a dor que sentiu, claro que não, mas o medo de morrer só talha nosso medo, nossa dor.
- e o que tem pra comer lá na sua casa?
preciso subverter...ela precisa parar de fazer essas analogias tétricas.
- abóbora, lentilha...mandioca frita.
'comida de velho' pensei eu, mas ri, afinal há tempos não comia comida de verdade.
- delícia.
- o que você tem comido em casa?
- nada, não sei cozinhar direito, tudo fica ruim.
- você come só, né? todo mundo trabalhando...eu acho chato comer só.
- eu também, mas laila sempre tá lá.
- gaspar também.
rimos.
- e o gaspar, como anda?
- ah, ele está com umas pulgas - mas tá usando aquelas colerinhas, sabe?
- sei sim. a laila tá com alergia, acho que é o calor...o pêlo dela fica avermelhado, de tanto ela coçar...
ela foi me buscar, no seu carro muito macio; mas o estopim dos pensamentos tão guardados e a ânsias incubadas já tinham esvaído na cama - com o ranger da cama e aqueles gemidos que saem da dor, do prazer da dor - indo.
( a dor só passava quando fazia movimentos repetitivos; do tipo: ficar como um feto me balançando. o ranger da cama era uniforme e estranhamente me reconfortava)
ela me dizia:
- você está ovulando?
'dirije e olhe pra frente mulher!' - não sei.
- quando você fica 'naqueles dias'?
- hum, dia 12, eu acho.
- ah, não há de ser nada, você deve estar ovulando!
- bom, é. - nem pensei que tivesse algo, ela está me reconfortando...será que...
- ah, se bem que pelo que sei...isso deve ser alguma 'coisa psicosomática'; sabe, quando estou muito nervosa, tenho dores de cabeça, por que você sabe, quando estou nervosa com trabalho a dor de cabeça agrava; não é como estar apaixonada, que me dá um cólica, do tipo menstrual, e que me dói a pelves, e que me dá vontade de ir ao banheiro, não é assim - ah, não tenho isso, aliás, não terei mais, e será condição, pois não quero mais saber do seu tio, é sério, agora é mais que sério - será que você não está guardando coisas? você tá com dor na pelves? você disse que é cólica, né?
- pois é... - disse eu, quase não acompanhando o raciocínio rápido e totalmente sagáz; um calmante, por favor! e clamava pr'a que ela, pelo menos, olhasse pra frente.
- olha, eu acho que, assim, claro, pode ser rins; mas há de ser psicosomática. sério, há de ser.
você tem guardado algo? você está apaixonada? você anda sofrendo por amor?
- que eu tenha consiência...não. sacanagem mirian, não ando não.
- sério? você é tão jovem, deveria desfrutar do...
- do quê? dos 'bunscopan's na veia?' tá maluca mirian? rs
- faz parte da vida, carol!
- acha que sofrer é amar de mais?
- faz parte, o amor cresce!
- sra massoquista, tem uma vaga ali - pode me deixar ali, eu vou.
- claro que não, vou te levar - trava a porta.
- o que eu vou dizer?
- deixe comigo.
acho um problema esse deixa comigo, mamãe sempre resolveu as coisas quase no grito, deve ser condição de 'mães'
- vou sentar aqui, mirian.
- ok, eu vou fumar lá fora, tá tudo certo. você é a terceira a ser chamada.
- beleza.
sento, sinto aquele cheiro de cigarro mentolado dela - por que ela não fuma um cigarro 'normal' - tenho a impressão de que ela é uma eterna adolescênte.
- minha filha, você não acha que esses bancos são muito escorregadios?
- oi? desculpa, o senhor falou comigo?
- é. esses bancos são tão escorregadios, né?
- é?
- eu tomo quatro remédios pra pressão, que senhor caio deu, sabe o caio? aquele médico famoso? ali da esquina filha.
quanto mais eu franzia a testa, mais ele tentava explicar - em vão - quem era esse tal caio.
- não sei não, senhor.
- sabe esse um e noventa e nove que tem aqui?
- sei sim
- pois tem uma rua paralela, é nessa rua paralela, o doutor caio!
- ah claro, o caio!
quando duas pessoas concordam o assunto morre.
geralmente eu adoro esse típo: chapéu de 'páia', uma calça de jeca, havaianas old-school (azul-branca), um cinto, camisa verde, sem alguns - os principais -dentes, sorriso largo, quase infantil, ingênuo. mas não estava muito bem pr'a levar um longo papo sobre os bancos que são escorregadios, não estava mesmo...
- o caio é tão bão pra gente.
- pois é, escutei dizer o mesmo!
- isso dói?
- oi? como assim?
- esse negócio na sua boca
- aparelho?
- é
- dói não
- parece que machuca
- ás vezes corta
- e não dói? como corta e não dói?
- vai ver sou masoquista. suporto essa dor; meus dentes ficarão perfeitos ao final, acho que vale a pena, não?
- vai ver é como o amor
- como?
- vai ver é como o amor
o nome do véio matuto é chamado - antes que eu pudesse contra-argumentar o que ele jogou pra mim: josé oliveira silva
- pois eu vou minha jovem, melhoras, fique com deus.
ele demorou até chegar á porta de entrada dos consultórios; andava curvado, pés arrastados.
'que clichê' pensei, enquando vi mirian se aproximar, com aquele hálito de cigarro-infantil-mentolado.
- você tá melhor?
- um pouco.
- aquele senhor ficou falando com você, eu fumei rápido pra vir; esses velhos não se importam, só querem falar, falar...essa carência.
como se ela não ligasse de duas em duas horas pr'a mamãe.
- pois é, essa tal carência...
Carolina, quem é Carolina?
mirian grita como um pseudo-mãe louca: 'posso entrar com ela'
- não.
ela se recolhe á insignificância.
- não há de ser nada, carol.
aquele risinho básico, do tipo: não É nada.
um médico que nem olhou pra mim, apalpou minha barriga e perguntou: dói?
'agora não mais' - fitei-o com um olhar quase meléfico.
- você bebe água? - disse ele, procurando fechar a frase com meu nome, mas não achava o papel onde estivesse escrito
- carolina, meu nome. não, eu esqueço, passo dias sem beber. não faço muita questão...
- pois terá de passar a fazer. é a fonte da vida! terá de tomar água.
- tá bom.
- vou pedir uns exames, pode ser rim. há casos de pedra nos rins na família?
- consideravelmente.
- pois então, faça o exame e volte, tudo bem?
- tudo ótimo.
- vou te passar uma medicação pra você se sentir melhor, mas...na vida há duas coisas que não podemos passar sem
e ele me olha com piedade e compaixão
- amor e água
- amor e água?
- é. lembre-se disso.
- pois é, eu acho que vou lembrar.
- aqui carolina. fique com deus, espero não te ver tão cedo.
- idem. idem, obrigada.
foi longa a divagação entre a sala de consultas até a sala de espera, onde mirian estava sentada, aflita e surpresa, por a consulta não ter demorado nem dez minutos.
- o que foi?
- nada.
- mas o que ele disse?
- que eu precisava de amor e água
- quê?
- que eu não bebia muita água, devo beber. pode ser rins, como pode não ser nada. me mandou fazer exames.
- eu disse que não era nada!
- pois é.
- vamos comer? tô com fome...
- vamos
- eu sabia carol, essas dorezinhas só se agravam quando estamos só em casa. é o medo de morrer só. não estou tirando a dor que sentiu, claro que não, mas o medo de morrer só talha nosso medo, nossa dor.
- e o que tem pra comer lá na sua casa?
preciso subverter...ela precisa parar de fazer essas analogias tétricas.
- abóbora, lentilha...mandioca frita.
'comida de velho' pensei eu, mas ri, afinal há tempos não comia comida de verdade.
- delícia.
- o que você tem comido em casa?
- nada, não sei cozinhar direito, tudo fica ruim.
- você come só, né? todo mundo trabalhando...eu acho chato comer só.
- eu também, mas laila sempre tá lá.
- gaspar também.
rimos.
- e o gaspar, como anda?
- ah, ele está com umas pulgas - mas tá usando aquelas colerinhas, sabe?
- sei sim. a laila tá com alergia, acho que é o calor...o pêlo dela fica avermelhado, de tanto ela coçar...
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
A UTOPIA DO QUERER
postado por .
@
08:38
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então eu li as cartas de mamãe.
e vendo o livro sobre minha coxa esquerda
e vendo aquele dinheiro na gaveta dela
e querendo tirar de mim qualquer vestígio dele
eu resolvi sair.
'fui comprar pão'
três semanas e dois dias.
e foi o que o dinheiro deu.
senti o gás, o frescor, a brisa macia
que não sei vê desse lado do pais.
meu exctasy.
agora eu podia recontar todas as hitórias que tinham me contado
a meu ver.
agora eu era, de fato
uma vagabunda.
e eu fazia júz.
mandei uma carta pr'a papai
que me respondeu com um e-mail rápido:
volte pra casa, sua irresponsável.
vai acabar morrendo e ninguém vai saber.
e minha carta fora tão longa e tão sentimentalista.
contei sobre os amantes velhinhos que se encontravam no quarto ao lado do meu.
e eu realmente sentia que era puro
mas os convencionalismos obsoletos não os deixaram amar.
'e eles são a mão fora da luva, papai.
e ninguém pode julgar, não é?'
acho que ele ainda figura em mim,
deve ter achado sarcasmo em demasia.
sinto frio, e gosto
sinto calor e gosto.
é questão de escolha
propus-me a gostar.
e gostando assim...
há de virar paixão
e apaixonadamente adorando
há de virar amor
e eu volto a morar em mim
e de repente eu amo
paris novamente
e
tudo faz sentido.
eu acho.
por que quero achar...
e vendo o livro sobre minha coxa esquerda
e vendo aquele dinheiro na gaveta dela
e querendo tirar de mim qualquer vestígio dele
eu resolvi sair.
'fui comprar pão'
três semanas e dois dias.
e foi o que o dinheiro deu.
senti o gás, o frescor, a brisa macia
que não sei vê desse lado do pais.
meu exctasy.
agora eu podia recontar todas as hitórias que tinham me contado
a meu ver.
agora eu era, de fato
uma vagabunda.
e eu fazia júz.
mandei uma carta pr'a papai
que me respondeu com um e-mail rápido:
volte pra casa, sua irresponsável.
vai acabar morrendo e ninguém vai saber.
e minha carta fora tão longa e tão sentimentalista.
contei sobre os amantes velhinhos que se encontravam no quarto ao lado do meu.
e eu realmente sentia que era puro
mas os convencionalismos obsoletos não os deixaram amar.
'e eles são a mão fora da luva, papai.
e ninguém pode julgar, não é?'
acho que ele ainda figura em mim,
deve ter achado sarcasmo em demasia.
sinto frio, e gosto
sinto calor e gosto.
é questão de escolha
propus-me a gostar.
e gostando assim...
há de virar paixão
e apaixonadamente adorando
há de virar amor
e eu volto a morar em mim
e de repente eu amo
paris novamente
e
tudo faz sentido.
eu acho.
por que quero achar...
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
LITTLE WING
postado por .
@
21:13
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hendrix, meu amigo peludo.
meu amigo-amante eventual peludo.
quatro patas torneadas, um pêlo macio e uns olhos amendoados.
acho que escreve pr'a alguma revista que-niguém-lê, uns artigos sobre metafísica e filosofia.
usa uns óculos de acrílico, aro grosso, preto. enormes.
tem três manchas rosadas do lado direito do peito, um chame delicado - pra quem vê.
e eu tão gosto do modo em que ele enche aquele pulmão.
seu cigarro é pornográfico.
fascinante o modo em que ele marca território: não marcando.
o encontrei no café do fritz, comendo maliciosamente uma torta de maçã; cujo os pedaços da fruta jogava de lado.
envolto daquele fumacê.
e então fomos apresentados:
- essa aqui é a janis, hendrix; aquela amiga que falei, que escreve artigos sobre...sobre o que mesmo você escreve, janis?
cocker vivia de esmolas. sempre chapado. achávamos, naquela época, que ele fazia um certo charme...se entorpecia de 'nada' - até que em 67 ele perdeu sua sétima vida. caiu de maduro, bateu com a cabeça no meio-fio, e sangrou até a morte. foi lastimável...cocker era um cara legal. definitivamente um cara legal.
- escrevo por escrever dude.
não me concentrava no platô. acabara de vir de um show. digo, de um trabalho. uma resenha.
vendo uns poemas criados. tenho até alguns publicados, mas nada que deva lhe satisfazer.
esqueci de salientar que cocker aumentava terrivelmente os dons que nunca tive.
- pois escreve! - disse hendrix, coçando sinuosamente a nuca com a pata direita traseira. era incrível o charme. pondo sua barriga á mostra...
- pois escrevo! - eu estava terrivelmente cansada aquele dia. tinha feito uma resenha do show das strughs, aquelas vacas me drogaram - o show é foi uma merda. mas acho digno que elas tenham coragem para tal. admiro os corajosos...admiro mesmo.
meus olhos estavam saltando para aquela torta de maçã.
- você quer? quer que te peça?
- não, essa não. não curto massa podre. posso comer suas maçãs?
- á vontade, baby.
cocker á essas horas cantava a garçonete; com aquele velho papo de empresário das bandas grandes...garimpava talentos, era poeta, falava francês (mesmo só sabendo falar três ou míseras poucas palavras).
- seus olhos são laranja?
- laranja? já me disseram que eram azuis baby. eles são amarelos...
- você...envolto nessas capsulas azuladas cor-de-pó me deixa terrivelmente feliz. dude, você me excita!
- e olha que nem li pra você, gata...nem destilei nosso amor.
disse rindo, e me olhando sarcasticamente.
- eu já te vi, por aí. passando com o carro...você mesmo, cara da maçã!
- qual foi o caralho que você tomou?
- foi o caralho!
- foi? de quem?
- o meu! e o delas!
- o seu? e o delas?
- pára de repetir o que eu digo.
- pára de repetir o que eu digo.
cocker, o que ela...
cocker?
nossa andarilho garanhão já partiu pro abate.
vou te levar pra casa, janis.
onde mora?
- porra! eu nã...
- na porra? me parece adequado...
- eu só não quero que você pense...
- eu nem penso, amor. eu nem penso.
me levou pr'a sua casa. e eu, cara, eu estava arrasada ao acordar no dia seguinte. com roupas limpas e cheirosas, com cabelo molhado, e sem saber onde estava. já acordou á noite sem saber quem és?
- heyyy! gritei umas dez vezes, sem piedade ás 4 da manhã. peguei uma faca no armário da cozinha, só pra ter certa segurança.
- mas o que é agora? será que você não sabe ficar queita?
- ah, o cara da maçã! cadê o cocker?
- cocker saiu com a fox lady. caramba, o que te deram?
- não sei, não sei. eu quero ir...
- pode ir.
- tá. tchau.
- volte sempre.
- não; obrigada.
- que pena; de nada.
- minha bolsa...está?
- no quarto onde estava...
- tá.
- tá.
- vem cá, você sempre repete assim?
- não, nem sempre.
- que se foda!
- que se foda!
- hey, e minhas roupas? cara, você me...tocou?
- hey, eu só te troquei. e você não tem nada que eu já não tenha visto melhores...
fitei-o com aquele olhar que só as gatas em sua última e precisosa vida podem dar.
- não me olha assim...
- 'não me olha assim'
- vai pegar sua bolsa, mulher!
não sei como, mas acordei em sua cama; ás dez da manhã. com camus do lado direito e kerouac do lado esquerdo. ah, sim...e ele por cima.
meu amigo-amante eventual peludo.
quatro patas torneadas, um pêlo macio e uns olhos amendoados.
acho que escreve pr'a alguma revista que-niguém-lê, uns artigos sobre metafísica e filosofia.
usa uns óculos de acrílico, aro grosso, preto. enormes.
tem três manchas rosadas do lado direito do peito, um chame delicado - pra quem vê.
e eu tão gosto do modo em que ele enche aquele pulmão.
seu cigarro é pornográfico.
fascinante o modo em que ele marca território: não marcando.
o encontrei no café do fritz, comendo maliciosamente uma torta de maçã; cujo os pedaços da fruta jogava de lado.
envolto daquele fumacê.
e então fomos apresentados:
- essa aqui é a janis, hendrix; aquela amiga que falei, que escreve artigos sobre...sobre o que mesmo você escreve, janis?
cocker vivia de esmolas. sempre chapado. achávamos, naquela época, que ele fazia um certo charme...se entorpecia de 'nada' - até que em 67 ele perdeu sua sétima vida. caiu de maduro, bateu com a cabeça no meio-fio, e sangrou até a morte. foi lastimável...cocker era um cara legal. definitivamente um cara legal.
- escrevo por escrever dude.
não me concentrava no platô. acabara de vir de um show. digo, de um trabalho. uma resenha.
vendo uns poemas criados. tenho até alguns publicados, mas nada que deva lhe satisfazer.
esqueci de salientar que cocker aumentava terrivelmente os dons que nunca tive.
- pois escreve! - disse hendrix, coçando sinuosamente a nuca com a pata direita traseira. era incrível o charme. pondo sua barriga á mostra...
- pois escrevo! - eu estava terrivelmente cansada aquele dia. tinha feito uma resenha do show das strughs, aquelas vacas me drogaram - o show é foi uma merda. mas acho digno que elas tenham coragem para tal. admiro os corajosos...admiro mesmo.
meus olhos estavam saltando para aquela torta de maçã.
- você quer? quer que te peça?
- não, essa não. não curto massa podre. posso comer suas maçãs?
- á vontade, baby.
cocker á essas horas cantava a garçonete; com aquele velho papo de empresário das bandas grandes...garimpava talentos, era poeta, falava francês (mesmo só sabendo falar três ou míseras poucas palavras).
- seus olhos são laranja?
- laranja? já me disseram que eram azuis baby. eles são amarelos...
- você...envolto nessas capsulas azuladas cor-de-pó me deixa terrivelmente feliz. dude, você me excita!
- e olha que nem li pra você, gata...nem destilei nosso amor.
disse rindo, e me olhando sarcasticamente.
- eu já te vi, por aí. passando com o carro...você mesmo, cara da maçã!
- qual foi o caralho que você tomou?
- foi o caralho!
- foi? de quem?
- o meu! e o delas!
- o seu? e o delas?
- pára de repetir o que eu digo.
- pára de repetir o que eu digo.
cocker, o que ela...
cocker?
nossa andarilho garanhão já partiu pro abate.
vou te levar pra casa, janis.
onde mora?
- porra! eu nã...
- na porra? me parece adequado...
- eu só não quero que você pense...
- eu nem penso, amor. eu nem penso.
me levou pr'a sua casa. e eu, cara, eu estava arrasada ao acordar no dia seguinte. com roupas limpas e cheirosas, com cabelo molhado, e sem saber onde estava. já acordou á noite sem saber quem és?
- heyyy! gritei umas dez vezes, sem piedade ás 4 da manhã. peguei uma faca no armário da cozinha, só pra ter certa segurança.
- mas o que é agora? será que você não sabe ficar queita?
- ah, o cara da maçã! cadê o cocker?
- cocker saiu com a fox lady. caramba, o que te deram?
- não sei, não sei. eu quero ir...
- pode ir.
- tá. tchau.
- volte sempre.
- não; obrigada.
- que pena; de nada.
- minha bolsa...está?
- no quarto onde estava...
- tá.
- tá.
- vem cá, você sempre repete assim?
- não, nem sempre.
- que se foda!
- que se foda!
- hey, e minhas roupas? cara, você me...tocou?
- hey, eu só te troquei. e você não tem nada que eu já não tenha visto melhores...
fitei-o com aquele olhar que só as gatas em sua última e precisosa vida podem dar.
- não me olha assim...
- 'não me olha assim'
- vai pegar sua bolsa, mulher!
não sei como, mas acordei em sua cama; ás dez da manhã. com camus do lado direito e kerouac do lado esquerdo. ah, sim...e ele por cima.
postado por .
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20:36
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mamãe tem a vida social mais recheada que nós.
e laila a espera pacientemente sentada á porta. esperando para receber um afago de: boa noite.
e eu, espero que ela traga algo pra comer.
eu sei, sou/tenho andado meio velha. nada me agrada muito. a não ser meu sucrilhos, meu leite, as bebidas (as clássicas e as pagãs) e alguns poucos.
um dia desses eu li que: velhos não tem muito o que esperar, então esperam a morte na feira. na padaria. sentados á porta.
talvez eu espere em casa mesmo...e sem os míseros salários.
só pra quebrar o clima e me rebelar contra a 'nova-velha-ordem'
então...
li isso em algum lugar, que não me lembro.
mas deve ter sido em algum livro que baixei. que não encontrei nos sebos insípidos daqui.
eu sou uma velha ansiã, de 21 anos.
e va lá que tenho uns vários cabelos brancos, de preocupação programada.
sento com dificuldades e resmungo sem parar - só pr'a reclamar.
devo ter visto uns três filmes hoje, todos regados á muita vodka e sucrilhos.
é, não sendo consensual.
cara, que merda.
eu sou uma samambaia, rs.
e...confesso, que nem uma garrafa me deixa mais no estado em que...isso tudo me...deixou.
que clichê.
catatônia.
eu rio.
há de desaguar.
aqui ou lá.
e laila a espera pacientemente sentada á porta. esperando para receber um afago de: boa noite.
e eu, espero que ela traga algo pra comer.
eu sei, sou/tenho andado meio velha. nada me agrada muito. a não ser meu sucrilhos, meu leite, as bebidas (as clássicas e as pagãs) e alguns poucos.
um dia desses eu li que: velhos não tem muito o que esperar, então esperam a morte na feira. na padaria. sentados á porta.
talvez eu espere em casa mesmo...e sem os míseros salários.
só pra quebrar o clima e me rebelar contra a 'nova-velha-ordem'
então...
li isso em algum lugar, que não me lembro.
mas deve ter sido em algum livro que baixei. que não encontrei nos sebos insípidos daqui.
eu sou uma velha ansiã, de 21 anos.
e va lá que tenho uns vários cabelos brancos, de preocupação programada.
sento com dificuldades e resmungo sem parar - só pr'a reclamar.
devo ter visto uns três filmes hoje, todos regados á muita vodka e sucrilhos.
é, não sendo consensual.
cara, que merda.
eu sou uma samambaia, rs.
e...confesso, que nem uma garrafa me deixa mais no estado em que...isso tudo me...deixou.
que clichê.
catatônia.
eu rio.
há de desaguar.
aqui ou lá.
postado por .
@
04:31
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a casa estava completamente vazia.
como do início.
e corria um vento, que nunca correu e de repente tudo estava organizado, claro e limpo e...no seu lugar.
tudo deveria estar do jeito que está.
e o sol, que nunca se fazia presente nas janelas do fundo...brilhava pra mim, em tom de sarcasmo.
recolhi á minha mera ignorância e fui pra outro lugar que pudesse domir. ficar. passar meses. e talvez chamar de casa. e talvez chamar de lar.
é incrível como criar raízes nunca foi bem aceito pra mim, não quero e não gosto.
mas...
aquele sorriso estampado na parede lateral da sala de estar.
e o entrave da porta de entrada, os maçetes dos interruptores?
eu nem ligava; e sentia que de alguma forma isso tinha valia.
e talvez tenha mesmo, só ainda não sei.
o banheiro, meu lugar preferido: amarelo gema! pintado á mão, com alguma tinha vagabunda que me disseram:' é ótima!'
[...]
como do início.
e corria um vento, que nunca correu e de repente tudo estava organizado, claro e limpo e...no seu lugar.
tudo deveria estar do jeito que está.
e o sol, que nunca se fazia presente nas janelas do fundo...brilhava pra mim, em tom de sarcasmo.
recolhi á minha mera ignorância e fui pra outro lugar que pudesse domir. ficar. passar meses. e talvez chamar de casa. e talvez chamar de lar.
é incrível como criar raízes nunca foi bem aceito pra mim, não quero e não gosto.
mas...
aquele sorriso estampado na parede lateral da sala de estar.
e o entrave da porta de entrada, os maçetes dos interruptores?
eu nem ligava; e sentia que de alguma forma isso tinha valia.
e talvez tenha mesmo, só ainda não sei.
o banheiro, meu lugar preferido: amarelo gema! pintado á mão, com alguma tinha vagabunda que me disseram:' é ótima!'
[...]
domingo, 14 de fevereiro de 2010
#boçal
postado por .
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19:31
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por que percebo que há.
e percebo que há...NADA.
DEIXA PRA LÁ.
e percebo que há...NADA.
DEIXA PRA LÁ.
e joga pra cá,
de volta.
de volta.
postado por .
@
19:17
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desfaleço aqui.
por que não rego mais
em mim
a dor se faz
pôr-do-sol
nunca mais.
virou pra ser
quem sabe
quando
for
trará a paz
que deve dar...
ah, puro assim
tráz
ah, qual a cor
pra mim?
desfaz
azul que trará...
aqui
não mais.
sente
que vem.
espera
chegar.
desaguar
na onda que tráz
...
pôr-do-sol
nunca mais.
por que não rego mais
em mim
a dor se faz
pôr-do-sol
nunca mais.
virou pra ser
quem sabe
quando
for
trará a paz
que deve dar...
ah, puro assim
tráz
ah, qual a cor
pra mim?
desfaz
azul que trará...
aqui
não mais.
sente
que vem.
espera
chegar.
desaguar
na onda que tráz
...
pôr-do-sol
nunca mais.
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@
17:28
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I
eu pergunto sobre esse cheiro doce de amaciante, e ela me diz que sua vó lava muito bem as roupas.
(o assunto morre)
depois da terceira tentativa de me sociabilizar nesse lugar insípido, consigo um telefone; de um cara querendo vender sua guitarra gibson com tantos captadores, que foi de sei-lá-quem. não entendi nada, balançava a cabeça de modo com que ele continuasse, e não me deixasse só.
o som até que era bom, de smiths a metallica; a cerveja gelada, as garotas relativamente bonitas (as mais interessantes aparentemente acompanhadas. aliás, isso é de praxe.) lugar agradável; mas porra, cidade nova é sempre uma merda, pelo menos pra mim.
a questão é que, quando um cara da cidade grande chega numa cidade pequena ele é O CARA, e contrariando tudo, cá estou; apenas MAIS UM CARA, numa cidade quente pra caralho, contrariando todas as expectativas que eu tinha.
trocar um quarto, definitivamente decente, por um cubículo cinco-por-cinco exige um certo jogo de cintura.
a primeira coisa que fiz ao chegar de viajem foi batizar meu novo lar: Cry baby pra tocar e obrar sem interrupções em MEU banheiro.
cry baby ecoando pela 'casa' e eu evacuando meu primeiro drama.
sim, a buceta da desgarga não funcionava - e você deve ter noção do que é chegar numa cidade sem um puto sobrando no bolso, e ter de comer podrões o dia inteiro...
pois é, saí de casa com exatos R$200,00 - na mão mesmo, pra virar o mês, até achar algum bico, algum trabalho. e só.
R$2,50 do podrão em frente ao taxi - R$50,00 do taxi até o doce lar -
'entupido senhor, 55 conto; só por que é do senhor, eu sei que é estudante, nóis dá um desconto - sei que por morar aqui, a vida deve ser dura, né mesmo?'
ah porra do rótulo estudante de novo; caralho! me faltam pêlos na cara! 23 anos - formado em design - recém chutado pela amiga de infância - o pior esperma do pai - a despeza da mãe - a paixão platônica de jorge.
' o cara que mora na'quele apartamento da privada entupida' -
a menina disse olhando pra mãe; que sorriu amarelo pra mim;
que ri azincentado-prolixo pr'as duas.
II
eu realmente achei que aquele cheiro fosse passar, mas não passou.
ás três da manhã acendi um cigarro, já que não tinha incenso - unindo o últil ao agradavél.
frio, fazia um pouco de frio. e logo pude pegar o casco da mala; um de muitos que trouxe.
sabe quando bate um desepero momentâneo? uma solidão, um vazio? por um momento todo o otimismo que se fazia presente em pulmões e entranhas...se esvaiu naquela última tragada longa.
'relaxa, tudo vai dar certo no final - esse é o roteiro.'
e eu me repetia isso frenéticamente, quase o tempo todo - meu novo mantra.
sou medroso pra caralho, mas tô aqui. porra!
[...]que cheiro do caralho! nem posso reclamar...o cheiro vem do vaso, mas é meu.
durmi em cima das roupas.
minha mudança de fato, só chegava na madruga de segunda.
já era pra estar aqui, mas condomínios - mesmo que projetos de condomínios fodidos, como esse - tem suas regras, e fui barrado logo na primeira.
quebrado, totalmente quebrado, mas feliz. e cara, eu estava terrivelmente feliz, por niguém ali conhecer meu passado, por ter a esperança de novos contatos, por ter de sociabilizar com o não muito que aprendi na vida, mas com o malandragem herdei de papai.
porra; morar vinte-e-três anos na mesma casa, cidade; com mesmos amigos, lidando com as mesmas pessoas, dizendo oi ás senhoras, as velhas senhoras de sempre - que agora malham e te dão a maior 'liberdade' para tocar em seus seios siliconados, é tão insípido.
e por mais que tenha crescido, mudado de conceitos, amadurecido, eu sempre serei o filho da dona inês, o irmão mais novo da carina, o cara que levou bomba na sétima série, o imbecil apaixonado pela prima. o cara das espinhas...
ahh, estou louco para pôr em prática as mentiras mais sinceras sobre minha infância. o por quê dessas marcas nas costas. contar trágicas históricas sobre meu querido pai...dizer como despi a primeira mulher, o quanto li kerouac e quis sair por aí...o quanto hendrix mechia comigo...que o spot, o doce labrador, morreu violentamente atropelado por um caminhão pipa...
[...]
enfim, tudo áquilo de mais sincero que eu poderia ter pensado.
eu pergunto sobre esse cheiro doce de amaciante, e ela me diz que sua vó lava muito bem as roupas.
(o assunto morre)
depois da terceira tentativa de me sociabilizar nesse lugar insípido, consigo um telefone; de um cara querendo vender sua guitarra gibson com tantos captadores, que foi de sei-lá-quem. não entendi nada, balançava a cabeça de modo com que ele continuasse, e não me deixasse só.
o som até que era bom, de smiths a metallica; a cerveja gelada, as garotas relativamente bonitas (as mais interessantes aparentemente acompanhadas. aliás, isso é de praxe.) lugar agradável; mas porra, cidade nova é sempre uma merda, pelo menos pra mim.
a questão é que, quando um cara da cidade grande chega numa cidade pequena ele é O CARA, e contrariando tudo, cá estou; apenas MAIS UM CARA, numa cidade quente pra caralho, contrariando todas as expectativas que eu tinha.
trocar um quarto, definitivamente decente, por um cubículo cinco-por-cinco exige um certo jogo de cintura.
a primeira coisa que fiz ao chegar de viajem foi batizar meu novo lar: Cry baby pra tocar e obrar sem interrupções em MEU banheiro.
cry baby ecoando pela 'casa' e eu evacuando meu primeiro drama.
sim, a buceta da desgarga não funcionava - e você deve ter noção do que é chegar numa cidade sem um puto sobrando no bolso, e ter de comer podrões o dia inteiro...
pois é, saí de casa com exatos R$200,00 - na mão mesmo, pra virar o mês, até achar algum bico, algum trabalho. e só.
R$2,50 do podrão em frente ao taxi - R$50,00 do taxi até o doce lar -
'entupido senhor, 55 conto; só por que é do senhor, eu sei que é estudante, nóis dá um desconto - sei que por morar aqui, a vida deve ser dura, né mesmo?'
ah porra do rótulo estudante de novo; caralho! me faltam pêlos na cara! 23 anos - formado em design - recém chutado pela amiga de infância - o pior esperma do pai - a despeza da mãe - a paixão platônica de jorge.
' o cara que mora na'quele apartamento da privada entupida' -
a menina disse olhando pra mãe; que sorriu amarelo pra mim;
que ri azincentado-prolixo pr'as duas.
II
eu realmente achei que aquele cheiro fosse passar, mas não passou.
ás três da manhã acendi um cigarro, já que não tinha incenso - unindo o últil ao agradavél.
frio, fazia um pouco de frio. e logo pude pegar o casco da mala; um de muitos que trouxe.
sabe quando bate um desepero momentâneo? uma solidão, um vazio? por um momento todo o otimismo que se fazia presente em pulmões e entranhas...se esvaiu naquela última tragada longa.
'relaxa, tudo vai dar certo no final - esse é o roteiro.'
e eu me repetia isso frenéticamente, quase o tempo todo - meu novo mantra.
sou medroso pra caralho, mas tô aqui. porra!
[...]que cheiro do caralho! nem posso reclamar...o cheiro vem do vaso, mas é meu.
durmi em cima das roupas.
minha mudança de fato, só chegava na madruga de segunda.
já era pra estar aqui, mas condomínios - mesmo que projetos de condomínios fodidos, como esse - tem suas regras, e fui barrado logo na primeira.
quebrado, totalmente quebrado, mas feliz. e cara, eu estava terrivelmente feliz, por niguém ali conhecer meu passado, por ter a esperança de novos contatos, por ter de sociabilizar com o não muito que aprendi na vida, mas com o malandragem herdei de papai.
porra; morar vinte-e-três anos na mesma casa, cidade; com mesmos amigos, lidando com as mesmas pessoas, dizendo oi ás senhoras, as velhas senhoras de sempre - que agora malham e te dão a maior 'liberdade' para tocar em seus seios siliconados, é tão insípido.
e por mais que tenha crescido, mudado de conceitos, amadurecido, eu sempre serei o filho da dona inês, o irmão mais novo da carina, o cara que levou bomba na sétima série, o imbecil apaixonado pela prima. o cara das espinhas...
ahh, estou louco para pôr em prática as mentiras mais sinceras sobre minha infância. o por quê dessas marcas nas costas. contar trágicas históricas sobre meu querido pai...dizer como despi a primeira mulher, o quanto li kerouac e quis sair por aí...o quanto hendrix mechia comigo...que o spot, o doce labrador, morreu violentamente atropelado por um caminhão pipa...
[...]
enfim, tudo áquilo de mais sincero que eu poderia ter pensado.
postado por .
@
16:43
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ela me diz, olhando nos olhos; mais ébria que das últimas vezes, e com uma velocidade sagáz:
*
'as músicas...são conspirações pra que comamos sucrilhos sem que nos preocupemos com a balança, e depois a rede de remédios para emagracemento cresce. e...e...os cigarros nos fumamos...e as bebidas nos bebemos. só pra subverter. o problema não é nem 'QUEM'; o problema são essas músicas...infernais. que alimentam tudo e todos. é a conspiração...'
*
'as músicas...são conspirações pra que comamos sucrilhos sem que nos preocupemos com a balança, e depois a rede de remédios para emagracemento cresce. e...e...os cigarros nos fumamos...e as bebidas nos bebemos. só pra subverter. o problema não é nem 'QUEM'; o problema são essas músicas...infernais. que alimentam tudo e todos. é a conspiração...'
sábado, 13 de fevereiro de 2010
#shiii
postado por .
@
06:26
2 Comentários
acordei dolorida, com a ura de ouvir ace of spade - motorhead (hahahahaaha), tô no clima-mor do carnaval...não?!
e ouvir motorhead de garganta seca não rola...merd!
e ouvir motorhead de garganta seca não rola...merd!
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
EU PARADISE MARGOT DA SILVA
postado por .
@
10:13
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ela trabalha diariamente distribuindo sorrisos falsários, feito aquele peito de bojo, que fica enorme e
'd e l i c i o s a m e n t e p e r f e i t o' - pensa o cliente número quinze do dia, que ainda comenta sobre seu cabelo.
isso me lembra o quão falsária sou também.
distrubuindo mentiras sinceras (e cara, você nem imagina o quão sinceras elas são) - mas eu não consigo, eu não consigo...
eu não consigo mais.
vou ligar pra iaiá, e dizer á ela como estou; e culpá-la pelos livros de auto-ajuda e por ter me indicado amantes civilizados!
'd e l i c i o s a m e n t e p e r f e i t o' - pensa o cliente número quinze do dia, que ainda comenta sobre seu cabelo.
isso me lembra o quão falsária sou também.
distrubuindo mentiras sinceras (e cara, você nem imagina o quão sinceras elas são) - mas eu não consigo, eu não consigo...
eu não consigo mais.
vou ligar pra iaiá, e dizer á ela como estou; e culpá-la pelos livros de auto-ajuda e por ter me indicado amantes civilizados!
postado por .
@
09:39
0 Comentários
*
Los Hermanos - Tá Bom
Pois se é no "não" que se descobre de verdade
O que te sobra além das coisas casuais
Me diz se assim está em paz?
Achando que sofrer é amar demais
O que te sobra além das coisas casuais
Me diz se assim está em paz?
Achando que sofrer é amar demais
Los Hermanos - Tá Bom
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
#15:33
postado por .
@
07:53
0 Comentários
achei essa caneta, então escrevo. há séculos não ponho a ponta d'uma caneta num papel (por livre espontânea vontade).
ócio ócio e uma coceira muito estranha; eu a chamaria de coceira das 'entranhas', mas isso não vem ao caso. acho que talvez eu ande sentimental de mais...
'eu não sou parecido com os caras que você conhece'
'quero te fazer tão bem'
alguma coisa assim - (eu adoro clichês!).
talvez eu tenha sonhado com ele, num corpo de terceiro; suponho que ele seja baixo.
ele me olhava sob um platô superior, alto bem alto.
seria algum tipo de 'código' dos sonhos, cara, eu piro com essas coisas!
alto - vassalagem amorosa - estava num platô superior - olhava para baixo e me achava.
uau!! SUPERESTIMA e subestima num momento tão clichê!
enfim...sonhei com ele (você) e foi quase tão conciso...levando em conta meus sonhos tão estranhos; como o de segunda, onde os caras vestidos no estilo 'reservoir dogs' me pegavam pela cintura e me diziam: 'ele ainda não contou para mulher dele', e eu acordava em sobressalto, três vezes, com intervalos médios de 15 min (fixação por olhar no relógio).
...enfim, que seja.
gostoso foi sonhar com você, e sentir que a letra ainda é minha.
e ouvir 'evaporar' de pijama, deitada na cama, comendo o ócio depressa...
ócio ócio e uma coceira muito estranha; eu a chamaria de coceira das 'entranhas', mas isso não vem ao caso. acho que talvez eu ande sentimental de mais...
'eu não sou parecido com os caras que você conhece'
'quero te fazer tão bem'
alguma coisa assim - (eu adoro clichês!).
talvez eu tenha sonhado com ele, num corpo de terceiro; suponho que ele seja baixo.
ele me olhava sob um platô superior, alto bem alto.
seria algum tipo de 'código' dos sonhos, cara, eu piro com essas coisas!
alto - vassalagem amorosa - estava num platô superior - olhava para baixo e me achava.
uau!! SUPERESTIMA e subestima num momento tão clichê!
enfim...sonhei com ele (você) e foi quase tão conciso...levando em conta meus sonhos tão estranhos; como o de segunda, onde os caras vestidos no estilo 'reservoir dogs' me pegavam pela cintura e me diziam: 'ele ainda não contou para mulher dele', e eu acordava em sobressalto, três vezes, com intervalos médios de 15 min (fixação por olhar no relógio).
...enfim, que seja.
gostoso foi sonhar com você, e sentir que a letra ainda é minha.
e ouvir 'evaporar' de pijama, deitada na cama, comendo o ócio depressa...
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
##
postado por .
@
08:38
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*
(Osman Lins: Guerra sem Testemunhas)
"Achava belo, a essa época, ouvir um poeta dizer que escrevia pela mesma razão por que uma árvore dá frutos. Só bem mais tarde viera a descobrir ser um embuste aquela afetação: que o homem, por força, distinguia-se das árvores, e tinha de saber a razão de seus frutos, cabendo-lhe escolher os que haveria de dar, além de investigara quem se destinavam, nem sempre oferecendo-os maduros, e sim podres, e até envenenados.""Achava belo, a essa época, ouvir um poeta dizer que escrevia pela mesma razão por que uma árvore dá frutos. Só bem mais tarde viera a descobrir ser um embuste aquela afetação: que "Achava belo, a essa época, ouvir um poeta dizer que escrevia pela mesma razão por que uma árvore dá frutos. Só bem mais tarde viera a descobrir ser um embuste aquela afetação: que o homem, por força, distinguia-se das árvores, e tinha de saber a razão de seus frutos, cabendo-lhe escolher os que haveria de dar, além de investigara quem se destinavam, nem sempre oferecendo-os maduros, e sim podres, e até envenenados."
(Osman Lins: Guerra sem Testemunhas)
sábado, 6 de fevereiro de 2010
POIS É,
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@
06:15
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@
04:52
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[...]eu gosto de ter jorge em minha cama.
gosto de pensar no fato dessa vivencidade sagáz, e que num futuro próximo e caquético - onde talvez haja na beira da cama sua mulher chorando, pedindo aos deuses que o livrem da morte - ele simplismente mantenha os pensamentos nas camas macias onde deitou, nos tons de pele que beijou, no tempo que ele matou, matando alguns dogmas de outras...
gosto de pensar no fato dessa vivencidade sagáz, e que num futuro próximo e caquético - onde talvez haja na beira da cama sua mulher chorando, pedindo aos deuses que o livrem da morte - ele simplismente mantenha os pensamentos nas camas macias onde deitou, nos tons de pele que beijou, no tempo que ele matou, matando alguns dogmas de outras...
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
E O GLOBO REPÓRTER, HEIN?
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18:17
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bate uma enxaqueca fortíssima; acho que divaguei demais.
rola aquela preguiça utópica de fazer alguma coisa pra comer, de levantar prá escovar os dentes, fazer xixi, e até apagar a luz; essa cadeira podia ser reclinável...
ai, como dói.
porém o mais lastimável da noite é ver globo repórter (nada sobre amazônia e bichos muito-selvagens - a química do Amor)e descobrir que o que te falta:
É a DOPAMINA!
por favor...
isso é muito lástimável! rs.
PS: e um grande salve á sergio chappelin, todo empolgado ao falar que: 'o beijo é a primeira penetração para a ciência!' rsrs.
rola aquela preguiça utópica de fazer alguma coisa pra comer, de levantar prá escovar os dentes, fazer xixi, e até apagar a luz; essa cadeira podia ser reclinável...
ai, como dói.
porém o mais lastimável da noite é ver globo repórter (nada sobre amazônia e bichos muito-selvagens - a química do Amor)e descobrir que o que te falta:
É a DOPAMINA!
por favor...
isso é muito lástimável! rs.
PS: e um grande salve á sergio chappelin, todo empolgado ao falar que: 'o beijo é a primeira penetração para a ciência!' rsrs.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
E VIRA MAR
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@
13:42
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e eu que a vejo partir
e então a dor volta a zunir
num tremendo ato falho
no custume que ela tem
deixe estar
e as ondas levarão
o quanto demorar
o que tiver de ser será.
eu contei as voltas pr'a te achar
eu nadei em
mim
quer você
eu sei
você conjuga o
eu
sozinha
ando e vejo bem
que o tempo
é falho
comigo
'amigo'
ela diz
e eu
mim
quer você
mas eu sei
você conjuga o
eu
sozinha.
e então a dor volta a zunir
num tremendo ato falho
no custume que ela tem
deixe estar
e as ondas levarão
o quanto demorar
o que tiver de ser será.
eu contei as voltas pr'a te achar
eu nadei em
mim
quer você
eu sei
você conjuga o
eu
sozinha
ando e vejo bem
que o tempo
é falho
comigo
'amigo'
ela diz
e eu
mim
quer você
mas eu sei
você conjuga o
eu
sozinha.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
#89
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18:09
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alguns circulos se estreitam pela parede lateral,
e eu juro que posso sentir uma picada mais forte do lado em que a blusa deixa transparecer meu sutiã.
'não que eu me importe' - você diz sorrindo; e logo engole o resto do suposto líquido do copo 'engraçado'.
...li seus traços,
que diziam exatamente o contrário de suas palavras...
'eu realmente não me importo' - dissimulo muito bem.
e lá vem o cidadão gordo, com seus botões abertos e sua mão tão úmida, me oferecer um copo de alguma coisa que desceu grossa e queimando.
ele tinha um belo nariz, escondido em suas maçãs não tão rosáceas assim.
'você é tão jovem, pequena' - circundando seus braços por cima de meus ombros e descendo até a cintura, onde segurou meu cinto velho de couro - 'e tão macia'
eu não consegui repelir aquele verme de nariz austéro de meu lado, suplicava algum olhar protetor de joão, que me negaciava ao pacífico tom do silêncio.
e eu juro que posso sentir uma picada mais forte do lado em que a blusa deixa transparecer meu sutiã.
'não que eu me importe' - você diz sorrindo; e logo engole o resto do suposto líquido do copo 'engraçado'.
...li seus traços,
que diziam exatamente o contrário de suas palavras...
'eu realmente não me importo' - dissimulo muito bem.
e lá vem o cidadão gordo, com seus botões abertos e sua mão tão úmida, me oferecer um copo de alguma coisa que desceu grossa e queimando.
ele tinha um belo nariz, escondido em suas maçãs não tão rosáceas assim.
'você é tão jovem, pequena' - circundando seus braços por cima de meus ombros e descendo até a cintura, onde segurou meu cinto velho de couro - 'e tão macia'
eu não consegui repelir aquele verme de nariz austéro de meu lado, suplicava algum olhar protetor de joão, que me negaciava ao pacífico tom do silêncio.
postado por .
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14:00
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On The Road - Kerouac
[...]Fiquei com vontade de ver Rita novamente e lhe dizer uma porção de coisas, e realmente fazer amor desta vez, e tranquilizar seus temores em relação aos homens. Garotas e rapazes da América têm curtido momentos realmentes tristes quando estão juntos; a artificialidade os força a se submeterem imediatamente ao sexo, sem os devidos diálogos preliminares. Nada de galanteios - mas sim um profundo diálogos de almas, pela vida que é sagrada e cada momento precioso. Ouvi os sons da locomotiva...
On The Road - Kerouac